O PERIGO DA LEISHMANIOSE - Vet Andressa

16/07/2017

O PERIGO DA LEISHMANIOSE


Olá amigos :) Recentemente participei de um ciclo de palestras oferecido pela turma de graduação da veterinária da UFRGS cujo assunto era Leishmaniose. Essa doença veio a tona a alguns meses quando óbitos confirmados da doença em humanos foram registrados este ano aqui em Porto Alegre, sendo considerado pela Secretaria de Saúde como situação de emergência. O Conselho Federal de Medicina Veterinária emitiu uma nota técnica alertando os Médicos Veterinários a respeito da doença e da importância dela estar entre os possíveis diagnósticos em cães que apresentam alguns sintomas característicos. Então hoje trago para vocês algumas das informações mais relevantes sobre a doença que adquiri na palestra e através dos meus estudos (será comentado apenas sobre a Leishmaniose Visceral que é a forma mais grave da doença).

Doença em Animais
A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa grave causada por um protozoário (Leishmania sp.), que invade diversos órgãos dos animais, causando lesões severas e podendo levar a morte. A transmissão é feita através da picada de um mosquito infectado (Mosquito-palha) em um cão, gato ou animal silvestre saudável. A doença não tem cura em animais. Os cães são considerados os principais reservatórios da doença, ou seja, eles possuem o protozoário circulando em seu sangue para o resto da vida em quantidades suficientes para infectar facilmente um mosquito. O mosquito uma vez infectado, pode picar humanos e passar a doença para eles. Veja abaixo um esquema para entender melhor o ciclo dessa doença:

Retirado da internet (http://imgsapp.sites.uai.com.br/app/noticia_133890394703/2013/09/12/145401/20130912102900719486o.jpg)
O Mosquito-palha tem predileção por lugares úmidos, sombreados e com material orgânico, como fezes, lixo e folhas. Por causa disso, a doença estava muito relacionada as áreas mais pobres, com baixas condições de higiene, próximos as matas. Porém cada vez mais o mosquito vem invadindo as cidades, e se adaptando ao ambiente urbano.

Em cães os principais sinais são: perda de peso, perda de pelo no focinho e ponta de orelha, crescimento exagerado das unhas, feridas na pele, diarreia, lesões oculares, hemorragias, problemas renais, entre outros. Como são sinais bastante amplos, que podem ser confundidos com outras doenças, e pelo desconhecimento de muitos veterinários e tutores, o diagnóstico demora a ser feito, o que diminui as chances de sobrevivência.

A doença não tem cura nos animais, porém existem meios de prolongar sua vida com qualidade através de medicações. Atualmente no mercado existe uma única medicação que é liberada para uso em animais, o Milteforan. Ele não os cura, mas melhora os sinais clínicos e diminui a quantidade de protozoários no sangue do cão, fazendo com que seja muito pequena a chance de um mosquito se infectar ao picá-lo. Esse tratamento é para sempre! Porém mesmo como o tratamento, muitos cães morrem anos depois do diagnóstico, devido complicações de saúde, além disso, visto que o tratamento em geral é extremamente caro e para sempre, muitos donos acabam por optar pela eutanásia.

Os sinais clínicos em humanos são fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, febre e dores abdominais, que podem se agravar e também levar a morte. Porém, ao contrário dos cães, em humanos existe cura através de medicações que podem ser disponibilizadas pelo governo.

Portanto, devido a gravidade dessa doença e todo o sofrimento que traz para pessoas e animais, a melhor maneira de combatê-la é prevenindo! Veja abaixo algumas medidas simples que você pode seguir:

Para evitar o mosquito:
Limpar o quintal de casa (recolhendo folhas e galhos);
Eliminar resíduos sólidos orgânicos e dar destino adequado ao lixo;
Evitar sombreamento excessivo do pátio e eliminar fontes de umidade.

Para evitar a doença em animais:
 Telar com malha fina os canis para evitar acesso de insetos;
 Usar coleiras a base de deltametrina a 4% (ou outras substâncias liberadas) que tem ação repelente para os mosquitos, ou outros antiparasitários que possuem mesma ação, como por exemplo as das marcas: Scalibor, Leevre, Seresto, Defender e  Advantage Max 3.
 Vacinação! Existe apenas uma vacina liberada para a prevenção da leishmaniose, a Leish-Tec. Converse com seu veterinário!

Para evitar a doença em humanos:
 Usar de mosquiteiro com malha fina;
 Telar portas e janelas com malha fina;
 Usar repelentes.

É importante frisar que mesmo com a vacinação é importante a utilização das coleiras repelentes nos animais, já que a vacina não tem 100% de eficácia! Na minha opinião, a vacinação é necessária para todos os cães, tantos para os que vivem em áreas de risco quanto para os que não. Pois desta forma impedimos que a doença se espalhe, que é o que vem acontecendo, e é preocupante! Converse com seu veterinário, vacine seu animal, e o proteja. Uma vez infectado, a doença é fatal :(
Espero que o post tenha trazido conhecimentos novos para vocês. Abaixo deixarei os links dos sites em que me baseei para escrever esse artigo.

Sites:
http://www.saude.rs.gov.br/leishmanione-visceral
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/leishmaniose-visceral-lv
http://www.bayerpet.com.br/produtos/melhor-sem-picar/default
http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2017/05/morre-terceira-vitima-de-leishmaniose-em-porto-alegre-9794205.html
http://leishtec.com.br
https://www.virbac.com.br/home/produtos/caes/antiparasitarios-internos/main/antiparasitarios-internos/milteforan.html
https://www.virbac.com.br/home/noticias/assessoria-de-imprensa/main/assessoria-de-imprensa/ministerio-da-agricultura-aprova.html



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